Não teria ficado tão conhecido quanto pela sua altura, se não fosse a tragédia que ocorreu nele dez anos após sua inauguração, em 1972, em que uma sobrecarga no sistema elétrico causou um enorme incêndio, que começou pelo segundo pavimento e consumiu o prédio em poucos minutos.
Entre as vítimas fatais, dois executivos da multinacional Henkel, Paul Jürgen Pondorf, presidente da empresa, e Ottmar Flick.
Também foi destruído seu escritório central. A maioria dos sobreviventes da tragédia, impossibilitados de utilizar as escadas de emergência, optaram por subir ao último pavimento do edifício, onde ficaram até que os bombeiros controlassem o fogo. Foram posteriormente resgatados de helicóptero pelo piloto Olendino de Souza.
A tragédia do Andraus foi, na época, uma das primeiras tragédias transmitidas ao vivo pela televisão brasileira e as cenas horríveis de pessoas se jogando das janelas do edifício chocaram o país.
Até hoje as imagens que mais costumamos ver são aquelas geradas pelas emissoras de TV que cobriram a tragédia com sensacionalismo comum entre os brasileiros, e poucos são os relatos de outras imagens.
Essas imagens de pessoas se jogando pelas janelas suscitou as primeiras discussões sobre segurança em edifícios no Brasil — algo negligenciado até então —, o que foi reforçado com uma tragédia ainda maior, também em São Paulo: o incêndio do Edifício Joelma, em 1974.
Essa tragédia teve um saldo de 16 mortos e mais de trezentos feridos. Até hoje alguns moradores dizem escutar os pedidos de socorro daqueles que morreram consumidos pelo fogo. Já foram também registrados casos de "poltergeists", como o barulho de portas abrindo, janelas que abrem e fecham sozinhas, além de claro, os famosos ruídos de passos pelos corredores do edifício.
Será que os trabalhadores das antigas multinacionais continuam por ali? Isso nunca vamos saber...